Arquivo | novembro, 2013

Distribuição de Remédios

27 nov

VOCÊ SABIA?

Em qualquer drogaria cadastrada com a Farmácia Popular,basta você levar sua receita, Rg e Cpf para adquirir medicamentos gratuitos para asma,diabetes e hipertensão?Os que não estão disponíveis gratuitamente obtém um grande desconto sobre o valor!!!

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Telefone: 29798161

Diário Oficial-PORTARIA Nº 25/SMADS/2013- Núcleos de Convivência

27 nov

ASSISTÊNCIA E

DESENVOLVIMENTO SOCIAL

GABINETE DA SECRETÁRIA

DESPACHOS DA SECRETARIA

2009-0.203.064-3 À vista do contido no presente administrativo, AUTORIZO o aditamento do Termo de Convênio nº 180/ SMADS/2009, firmado entre a Municipalidade e INSTITUIÇÃO BENEFICENTE ISRAELITA TEN YAD, CNPJ 69.127.793/0001-00, cujo objeto é “Serviço de Alimentação Domiciliar para pessoa Idosa”, nos moldes da Minuta encartada a fls. 474, para constar: alteração do prazo de vigência para ficar prorrogada a parceria até 15/09/2014, quando completará 60 (sessenta) meses; ficam mantidas as demais condições pactuadas. AUTORIZO, ainda, o empenhamento dos recursos necessários onerando as dotações nº 93.10.08.241.1142.6.222.3.3.90.39.00.00 e 93.10. 08.241.1142.6.222.3.3.90.39.00.02.

PORTARIA Nº 25/SMADS/2013

LUCIANA TEMER, Secretária Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, no uso de suas atribuições legais e regulamentares;

Considerando a Resolução nº 33, de 12 de dezembro de 2012, do CNAS, que aprova a Norma Operacional Básica do Sistema Único da Assistência Social – NOB/SUAS;

Considerando a Resolução nº 35, de 29 de novembro de 2011, do CNAS, que dispõe sobre o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos;

Considerando a Resolução nº 34, de 28 de novembro de 2011, do CNAS que define a habilitação e reabilitação da pessoa com deficiência e a promoção de sua inclusão à vida comunitária no campo da assistência social e estabelece seus requisitos;

Considerando a Resolução nº 109, de 11 de novembro de 2009, do CNAS, que dispõe sobre a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais;

Considerando a Resolução nº 145, de 15 de outubro de 2004, do CNAS, que aprova a Política Nacional de Assistência Social;

Considerando o Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009, que promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência – CDPD;

Considerando a Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989, que dispõe sobre o apoio às pessoas com deficiência, sua integração social e dá outras providências;

Considerando o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, aprovado pela Lei nº 8.069 de julho de 1990, especialmente os dispositivos contidos nos artigos 2º, 3º e 4º; Legislação – Resolução Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) – 2

Considerando o Estatuto do Idoso, aprovado pela Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, que dispõe sobre a regulação dos direitos assegurados às pessoas idosas;

Considerando o Protocolo de Gestão Integrada de Serviços, Benefícios e Transferências de Renda no âmbito do Sistema Único de Assistência Social – SUAS

Considerando a Portaria 46/2010/SMADS de fevereiro de 2011 que dispõe sobre a Tipificação da Rede Socioassistencial do Município de São Paulo

Considerando a Portaria 17/2012/SAMDS que institui a Norma Técnica dos Serviços Socioassistenciais e

Considerando a Resolução CIT nº 01, de 7 de fevereiro de 2013, que dispõe sobre o reordenamento do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos – SCFV, no âmbito do Sistema Único da Assistência Social – SUAS, pactua os critérios de partilha do cofinanciamento federal, metas de atendimento do público prioritário e, dá outras providências;

Considerando a Resolução COMAS-SP nº 712, de 20 de junho de 2013, que aprovou o termo de aceite para reordenamento dos Serviços de Convivência Tipificados e Complementares da Rede Socioassistencial da Proteção Social Básica;

RESOLVE

Art. 1º – Reordenar os Serviços de Convivência Tipificados e Complementares da Rede Socioassistencial da Proteção Social Básica, operados em parceria com as Organizações Sociais Não Governamentais por meio de convênios, visando a equalizar a oferta de convivência no Município de São Paulo e priorizar o acesso de famílias inscritas no CadÚnico em situação de vulnerabilidade e risco social.

Parágrafo único: O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos – SCFV é um serviço de proteção social básica realizado em grupos, organizado a partir de percursos, de modo a garantir aquisições aos seus usuários, de acordo com seu ciclo de vida, a fim de complementar o trabalho social com famílias e prevenir a ocorrência de situações de vulnerabilidade e risco social.

Art. 2º – Unificar a oferta de convivência no Município de São Paulo integrando os serviços complementares de Convivência à rede de serviços tipificados de convivência da Proteção Social Básica.

Parágrafo único: Os serviços tipificados de convivência da Rede de Proteção Social Básica passam a ter a denominação de Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos nas seguintes Modalidades:

* Modalidade CCA – Centro para Crianças e Adolescentes com atendimento de 06 anos a 14 anos e 11 meses;

* Modalidade CJ – Centro para a Juventude com atendimento de adolescentes e jovens de 15 anos e 17 anos e 11 meses;

* Modalidade Clube da Turma – Atendimento de crianças, adolescentes e jovens de 06 a 17 anos e 11 meses;

* Modalidade Circo Escola – Atendimento de crianças, adolescentes e jovens de 06 a 17 anos e 11 meses com a oferta de atividades circenses;

* Modalidade SOS Bombeiros – Atendimento de crianças e adolescentes de 09 a 14 anos e 11 meses com a oferta de atividades de primeiros socorros e prevenção de incêndios

* Modalidade – Convivendo e Aprendendo com atendimento para crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos de 06 anos a 80 anos e

* Modalidade – Núcleo de Convivência de Idosos – Atendimento de Idosos com idade igual ou superior a 60 anos com atividades presenciais e a domicílio.

Art. 3º – O público alvo dos SCFV são as famílias em situação de risco pessoal e vulnerabilidade social, prioritariamente as crianças, adolescentes e pessoas idosas em situação de:

I – isolamento em suas expressões de ruptura de vínculos, desfiliação, solidão, apartação, exclusão, abandono;

II – trabalho infantil inseridos no Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI;

III – vivência de violência e/ou negligência;

IV – fora da escola ou com defasagem escolar superior a 2 (dois) anos;

V – acolhimento;

VI – em cumprimento de medida socioeducativa em meio aberto;

VII – egressos de medidas socioeducativas;

VIII – abuso e/ ou exploração sexual;

IX – com medidas de proteção do Estatuto da Criança e do Adolescente;

X – crianças e adolescentes em situação de rua;

XI – vulnerabilidade que diz respeito às pessoas com deficiência, beneficiárias do BPC;

XII – vulnerabilidade que diz respeito aos idosos beneficiários do BPC;

XIII – famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família em situação de descumprimento das condicionalidades;

XIV – beneficiários dos diversos Programas de transferência de renda atendidos pelo CRAS;

XV – com perfil CadÚnico que tenham renda de até ½ salário mínimo per capita ou que tenham renda mensal bruta de 0 a 3 salários mínimos.

§ 1º – Para a identificação do público prioritário será utilizado o Número de Identificação Social- NIS do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal – CadÚnico.

§ 2º A comprovação das situações prioritárias dar-se-á por meio do encaminhamento do CRAS e a ficha de demanda/ matrícula/desligamento do SCFV, que deverá ser arquivado no SCFV por um período mínimo de cinco anos, à disposição dos órgãos de controle. Os instrumentais estão disponíveis em http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/assistencia_social/arquivos/norma_tecnica.pdf

Art. 4º – Estabelecer que a meta de 50% (cinquenta por cento) das vagas de atendimento do SCFV devem ser ocupadas por usuários do público prioritário.

Parágrafo único: A cada ano, o SCFV deve crescer 12,5% no atendimento do público prioritário, até atingir a meta acima estabelecida, obedecendo ao seguinte cronograma:

a) Até 31/12/2013– 12,5% dos usuários atendidos deverão ser do público prioritário;

b) Até 31/12/2014 – 25% dos usuários atendidos deverão ser do público prioritário;

c) Até 31/12/2015 – 37,5% dos usuários atendidos deverão ser do público prioritário;

d) Até 31/12/2016 –50% dos usuários atendidos deverão ser do público prioritário.

Art. 5º – A partir da publicação desta Portaria, os usuários matriculados na rede de Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos nas modalidades citadas no Art. 1º deverão possuir o NIS – Número de Identificação Social.

Art. 6º – Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação, retroagindo seus efeitos a 21 de junho de 2013.

Quem cuida do cuidador?

14 nov

A profissão de cuidador de idosos,agora regulamentada na mesma categoria das domésticas, é uma das profissões de atenção à terceira idade mais antigas que existem.

Muitas vezes a pessoa se torna cuidador por necessidade, devido ao adoecimento de algum parente próximo (pais,avós,tios,etc), sem qualquer formação específica para que exerça o cargo.Hoje em dia tem aumentado a gama de cursos profissionalizantes de cuidadores de idosos, adequando-se à nossa nova realidade de uma maior porcentagem da população ser idosa.

A qualificação desse profissional é muito importante,uma vez que a velhice por si só é permeada de especificidades, portanto não basta apenas cuidar da higiene básica do idosos para se qualificar cuidador,mas esse cuidado abrange todos os aspectos do idoso, em uma esfera biopsicossocial.

Mas,a pergunta que fica é: A qualificação desses profissionais é imprescindível,bem como sua valorização.Cuidado é seu dever como profissional,mas QUEM CUIDA DO CUIDADOR?

Não é fácil cuidar de uma pessoa em uma situação de vulnerabilidade, como um idoso acamado, por exemplo. Vários aspectos emocionais estão envolvidos, o stress do cuidado diário,afinal não podemos negar que cuidar de um idoso debilitado não é uma tarefa fácil de ser cumprida.É necessário um olhar sobre esse cuidador,para que ele também seja cuidado,afinal se não é possível o cuidado com o outro se não há antes de tudo o cuidado com si próprio.

Algumas psicopatologias básicas

7 nov

ESQUIZOFRENIA

É uma patologia psiquiátrica grave e crônica, na qual as primeiras manifestações aparecem no final da adolescência ou início da fase adulta. Seus sintomas são divididos em dois grupos:

  • Sintomas Positivos: Delírios,alucinações,desorganização do pensamento,incoerência do pensamento,agitação psicomotora,etc.
  • Sintomas Negativos: Estão presentes geralmente quando os sintomas positivos estão remitidos e levam à degradação do paciente-Embotamento afetivo,isolamento social,falta de iniciativa e prejuízos cognitivos em geral.

Tratamento- Os principais medicamentos são os antipsicóticos como Haloperidol,Clorpromazina,Risperidona,Olanpazina,dentre outros.Associados aos antipsicóticos entram os benzodiazepínicos e antiparkisonianos,para equilibrar os efeitos colaterais dos antipsicóticos.É imprescindível a associação também das modalidades de psicoterapia e terapia ocupacional.É uma doenã incurável,porém não intratável.

TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR

É caracterizado por episódios repetidos de mania(extrema euforia) e depressão (tristeza profunda),podendo durante esses episódios ocorrer a apresentação de sintomas psicóticos.A doença se manifesta principalmente em adultos, geralmente entre 25 e 30 anos.

Tratamento- Acompanhamento médico especializado, uso de medicamentos adequados( antipsicóticos,antidepressivos,estabilizadores de humor,etc) e psicoterapia.

DEPRESSÃO

Ela pode apresentar-se  em qualquer idade,porém geralmente tem seu início entre 20 e 40 anos.Os sintomas se desenvolvem no decorrer de dias ou semanas e sem tratamento podem chegar a durar de seis meses a dois anos, sendo que em 25% dos casos ela torna-se crônica.

  • Sintomas- tristeza ou irritação persistente, diminuição de interesse em atividades rotineiras e prazerosas, alterações do sono e do apetite, dificuldade de concentração, pensamentos suicidas.
  • Fatores de risco- Sexo feminino,histórico familiar,idade avançada,episódios recorrentes,parto,acontecimentos estressantes,dependência química e menopausa.

Tratamento- Acompanhamento psiquiátrico,medicações antidepressivas e psicoterapia.

TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO

Também conhecido como TOC,é um transtorno comum (acomete 1 a cada 40 pessoas).Geralmente, acomete jovens no final da puberdade,podendo ainda ter início na infância ou até após os 40 anos(menos comum).

Sintomas (atitudes realizadas em excesso)- Sentir-se sempre sujo ou contaminado,checar janelas e portas,organização da casa (verificação de atitudes rotineiras), banhos excessivos, superstições,acúmulo de lixo.

Tratamento- Ambulatorial,com o psiquiatra e também psicoterápico.

DEPENDÊNCIA QUÍMICA

Os exemplos mais comuns de dependência de substância psicoativas são o tabaco, álcool,canabinóides,cocaína e derivados,solventes e drogas de uso médico.

Características-O indivíduo busca a utilização da droga independentemente dos riscos e prejuízos que corre socialmente e psicobiologicamente.Ao utilizar em excesso as drogas psicoativas,quando se perde a noção dos limites a dependência está estabelecida, porém há também nesta categoria o uso nocivo dessas substâncias ( abuso esporádico).

Tratament0 – De acordo com o estágio de dependência, há a possibilidade de internação em clínicas de reabilitação e/ou inserção em serviços de Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) para Àlcool e Drogas. É imprescindível o acompanhamento psiquiátrico e psicólogico.

Falta de qualificação e investimento nas políticas públicas e profissionais especializados na terceira idade

5 nov

Bom,que a população idosa vem aumentando significadamente nos países em desenvolvimento não é novidade para ninguém. Que em 2020 , segundo o IBGE, a população idosa somará aproximadamente 30 milhões também não. A novidade é que alguns profissionais das mais diversas áreas ( saúde, social, humanas,entre outras) estão investindo seus futuros especializando-se na área da terceira idade.

Há dez anos atrás conseguiu-se um tremendo avanço nas políticas públicas voltadas para essa população com o ESTATUTO DO IDOSO. Através dele os direitos da pessoa idosa foram reforçados constitucionalmente e também criados outros benefícios para esta camada populacional que há muito tempo foi marginalizada.

Tabus vem sido quebrados sobre a terceira idade- a lenda do “vovôzinho” que alimenta as pombas na praça ficou para trás- trazendo assim uma nova realidade para a velhice, agora chamada de terceira idade,maioridade, melhor idade, entre outras denominações que visam dar uma nova ótica ao envelhecimento.

Porém, mesmo com o aumento das políticas públicas e das especializações profissionais a fim de dar uma assistência de maior qualidade para estes idosos ainda é nítida a falta de consciência tanto social, quanto política e administrativa dos órgãos competentes para que haja assim um maior investimento neste setor.

Núcleo de Convivência de Idosos, Instituições de Longa Permanência, Delegacia do Idoso, entre alguns outros serviços existem e funcionam, mas muitas vezes sem a devida fiscalização e sem a devida qualidade de atendimento que deveria ser prestado, além da pouquíssima quantidade dos serviços espalhados pelo Brasil, o que não atende toda a demanda que existe.

Centros-Dia por exemplo, são serviços que ficaram apenas na teoria. Que bom seria se houvessem centros-dia para atender a população que necessita deste atendimento multiprofissional.

Aposentadorias e Benefícios de Prestação Continuada que são indeferidos, ou muitas vezes a própria previdência social não sabe transmitir a informação correta, deixando muitos idosos a mercê de advogados oportunistas que exploram essa camada.

Estamos em um período de transição, arrisco dizer até que já estamos quase no final dessa transição, onde o velho está ganhando espaço e é neste momento que esta conscientização precisa ser criada. Não podemos esquecer que nós, os jovens de hoje, seremos o idoso de amanhã e que muitas coisas que desfrutamos hoje são frutos da luta deste idoso de hoje!

Alcoolismo em idosos

1 nov

Epidemiologia do uso de álcool e drogas entre idosos

 

Foto: Getty Images

O uso do álcool e outras drogas entre idosos é um tema que vem preocupando os profissionais da área da saúde devido a um aumento observado no número de admissões em unidades de pronto-atendimento e busca por tratamento associados ao uso dessas substâncias. No entanto, faltam estudos científicos que avaliem esta questão de forma abrangente. Os idosos dificilmente reconhecem o uso de substâncias como problemático e resistem a engajar em tratamentos.

Os autores revisaram dados epidemiológicos publicados sobre uso de álcool e substâncias na terceira idade (coorte de indivíduos acima de 60 anos), na literatura relevante entre os anos de 2011 e 2012.

Com relação ao padrão de consumo do álcool, o termo “uso nocivo” ou “de risco” é empregado para indicar um padrão de utilização que expõe o sujeito a maior propensão a prejuízos físicos e psicológicos. Para indivíduos com 65 anos ou mais, saudáveis, e que não estejam fazendo uso de medicamentos, o National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism (NIAAA)* recomenda que não bebam mais que 3 doses** por dia para evitar problemas, sendo que não se deve ultrapassar 7 doses por semana. Ademais, para a Sociedade Americana de Geriatria, o consumo de 5 ou mais doses de álcool em uma mesma ocasião é definido como “beber pesado episódico” (BPE).

De acordo com dados do National Surveys on Drug Use and Health (NSDUH 2005-2007), abuso/dependência de álcool e sintomas de dependência foram relatados por 11% dos adultos com idades entre 50 e 64 e quase 7% entre aqueles com mais de 65 anos. De 15,4% a 20% dos idosos norte-americanos relataram que fizeram uso de álcool no último ano, sendo que a grande maioria apresentou sintomas subsindrômicos de dependência (12% a 12,5%), ou seja, reportou quase todos os sintomas necessários para definir o transtorno. Entre estes sintomas, os mais relatados foram a tolerância (48%) – a necessidade de doses crescentes para atingir o mesmo efeito obtido com doses anteriormente inferiores ou efeito cada vez menor com uma mesma dose da substância –, e muito tempo é gasto em atividades necessárias para a obtenção do álcool e para recuperar-se de seus efeitos (37%).

O padrão de “beber de risco” foi mais prevalente entre idosos do sexo masculino, com co-ocorrência de um ou mais transtornos associados (por exemplo, depressão) e maiores chances de sofrer quedas ou acidentes decorrentes do uso de álcool. Por exemplo, mais de 8% dos idosos homens na Finlândia relataram consumir 5 ou mais doses de bebida no último ano, comportamento este compatível com BPE. Já na Ucrânia, o diagnóstico de abuso e dependência do álcool foi elevado entre homens com mais de 50 anos, embora não tenha sido significativamente associado à depressão.

No Brasil, os dados de uma pesquisa nacional*** são preocupantes: 12% dos entrevistados com mais de 60 anos foram classificados como bebedores pesados (consumo de mais de 7 doses por semana), 10,4% como bebedores pesados episódicos (considerado por este estudo como o consumo de mais de 3 doses em uma única ocasião) e quase 3% foram diagnosticados como dependentes.

Na revisão bibliográfica, verificou-se que o padrão BPE e os transtornos relacionados ao álcool (abuso e dependência) em idosos estão mais associados ao sexo masculino e ser economicamente desfavorecido. Em paralelo, as idosas representam um subgrupo que merece atenção específica, já que para elas a progressão do uso à dependência tende a ocorrer mais rapidamente e as consequências adversas iniciam-se mais precocemente. Além disso, as idosas estão especialmente mais propensas que os homens a utilizar medicamentos de prescrição como tranquilizantes, analgésicos, sedativos, estimulantes e antidepressivos.

Em suma, os autores enfatizam a necessidade de avaliar sistematicamente todos os idosos em relação ao uso de álcool e drogas de prescrição por meio de instrumentos simples de rastreamento nas consultas rotineiras. Para este grupo, pode ser necessário diminuir o limiar diagnóstico para detectar o uso nocivo de substâncias e implementar programas de tratamento consistentes com suas necessidades específicas. Como os dados sobre a prevalência crescente de uso de substâncias entre idosos se referem àqueles de países desenvolvidos, os autores recomendam análises transculturais para estimar a prevalência global, compreender a amplitude do problema e as diferenças entre regiões desenvolvidas e em desenvolvimento.

 

Disponível em : http://www.cisa.org.br/artigo/3603/epidemiologia-uso-alcool-drogas-entre-idosos.php